Parasitológico de Fezes: O exame que sempre é esquecido
Um breve resumo do parasitológico de fezes, principais parasitas encontrados e como deve ser feita sua coleta. O exame que sempre deixamos para depois. Crianças cuidado!
PARASITOLOGIA
Ariéu Azevedo Moraes
1/24/20254 min ler


Exame Parasitológico de Fezes: Entenda a Importância para a Saúde Pública
O exame parasitológico de fezes é um dos procedimentos mais importantes dentro das análises clínicas, sendo amplamente utilizado por profissionais da biomedicina para detectar a presença de parasitas intestinais. Esses organismos podem causar uma série de alterações no corpo humano, desde sintomas leves como desconforto abdominal e flatulência, até quadros graves de desnutrição, anemia e comprometimento imunológico, especialmente em crianças e idosos.
Apesar de sua relevância, o exame ainda é negligenciado por parte da população, o que é preocupante. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 1,5 bilhão de pessoas no mundo sofrem com infecções por vermes intestinais – isso representa aproximadamente 24% da população mundial (OMS, 2023).
O que é o Exame Parasitológico de Fezes?
O exame parasitológico de fezes, também conhecido como EPF, é um teste simples e não invasivo realizado em laboratórios de análises clínicas. Seu principal objetivo é identificar a presença de protozoários, helmintos (vermes) ou seus ovos e cistos nas fezes do paciente. Essa análise é essencial para diagnosticar doenças parasitárias que, muitas vezes, evoluem silenciosamente e comprometem a saúde intestinal.
Profissionais da biomedicina são capacitados para interpretar os resultados e orientar os médicos na escolha do tratamento adequado, contribuindo de forma significativa para o controle dessas doenças em nível individual e coletivo.
Por que Realizar o Exame é Tão Importante?
Infecções parasitárias são extremamente comuns no Brasil, especialmente em regiões com saneamento básico precário. O Ministério da Saúde destaca que ambientes como creches, escolas e comunidades de baixa renda são áreas críticas para a disseminação desses organismos, devido ao contato direto com solo contaminado, água sem tratamento e higiene inadequada (Ministério da Saúde, 2023).
Estudos mostram que até 50% das crianças em idade escolar podem estar infectadas por algum tipo de parasita intestinal (Revista Brasileira de Parasitologia Veterinária, 2020). Essa alta prevalência impacta diretamente o desempenho escolar, aumenta o absenteísmo e afeta o desenvolvimento físico e cognitivo dos alunos.
Principais Parasitas Identificados no Exame
Durante o exame parasitológico de fezes, é possível detectar uma série de parasitas. Os mais frequentes incluem:
Giardia lamblia: Protozoário causador da giardíase, provoca diarreia, dor abdominal e náuseas. É comumente transmitido por água contaminada.
Entamoeba histolytica: Responsável pela amebíase, que pode causar diarreia com sangue e, em casos graves, abscessos hepáticos.
Ascaris lumbricoides: Conhecido como lombriga, é um verme que pode causar obstrução intestinal e dificuldades respiratórias, ao migrar para os pulmões.
Enterobius vermicularis: Também chamado de oxiúro, esse verme causa coceira anal intensa, especialmente à noite, sendo comum em crianças.
Ancylostoma duodenale e Necator americanus: Vermes que provocam a ancilostomíase (ou amarelão), doença associada à anemia por deficiência de ferro.
Strongyloides stercoralis: Capaz de causar infecção crônica e até disseminada, especialmente em indivíduos imunocomprometidos.
Sinais e Sintomas que Devem Ligar o Alerta
A maioria das infecções por parasitas pode ser assintomática, principalmente nas fases iniciais. Contudo, alguns sinais devem motivar a busca por um laboratório para realização do exame:
Diarreia persistente
Dores ou cólicas abdominais
Perda de peso inexplicada
Anemia
Coceira anal
Fadiga frequente
Náuseas e vômitos
Ao perceber qualquer um desses sintomas, é essencial consultar um profissional de saúde e realizar exames laboratoriais adequados para confirmar ou descartar infecções parasitárias.
Como é Feita a Coleta do Exame Parasitológico?
Para garantir a eficácia do exame, a coleta do material deve seguir alguns cuidados básicos:
Utilize um recipiente limpo e seco, fornecido pelo laboratório.
Colete uma pequena quantidade de fezes (do tamanho de uma colher de café).
Evite contaminar a amostra com urina ou água do vaso sanitário.
Se possível, colete a primeira amostra do dia, e leve ao laboratório imediatamente.
O ideal é realizar três coletas em dias alternados, aumentando a chance de detecção de parasitas intermitentes.
Não é necessário jejum para a realização do exame. Entretanto, o uso de laxantes, antibióticos ou antiparasitários nos dias anteriores pode interferir no resultado. Por isso, sempre informe ao laboratório sobre qualquer medicação recente.
Quem Deve Fazer o Exame Parasitológico de Fezes?
O exame é indicado em diversas situações, especialmente para:
Crianças em idade escolar, como forma de rastreio preventivo.
Pessoas com sintomas gastrointestinais persistentes.
Indivíduos com contato frequente com animais.
Trabalhadores em áreas de risco sanitário.
Pessoas em processo de admissão em empregos que exigem atestado de saúde.
Além disso, o exame faz parte da rotina de check-up preventivo em muitas clínicas e centros de análises clínicas.
Prevenção e Cuidados
A melhor forma de evitar infecções parasitárias é por meio da prevenção:
Lave bem os alimentos antes do consumo.
Beba sempre água filtrada ou fervida.
Higienize as mãos com frequência, principalmente após usar o banheiro.
Mantenha unhas cortadas e limpas.
Evite andar descalço em áreas de risco.
Oriente crianças sobre práticas de higiene básica.
Essas atitudes simples fazem parte do cuidado integral com a saúde e reduzem significativamente os riscos de contaminação.
Conclusão: Saúde Pública e Educação Andam Juntas
O exame parasitológico de fezes é um recurso essencial dentro das análises clínicas, promovendo diagnósticos rápidos, seguros e eficazes. A atuação conjunta de profissionais da biomedicina, professores, pais e agentes de saúde é fundamental para garantir um ambiente saudável, sobretudo entre as populações mais vulneráveis.
Promover a educação sanitária, investir em políticas públicas de saneamento básico e incentivar a realização periódica de exames laboratoriais são medidas que reforçam o compromisso com a saúde coletiva.
Referências:
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