Cuidando do Fígado: A Saúde Hepática Durante Festas e Férias
Durante celebrações e períodos festivos, é comum que as pessoas exagerem no consumo de álcool e alimentos ricos em gordura. Esse comportamento pode sobrecarregar o fígado, levando a uma série de complicações. Cuide-se, seu fígado agradece!
BIOQUÍMICA
Ariéu Azevedo Moraes
1/27/20255 min ler
A Importância do Fígado na Saúde Geral: Funções, Doenças e o Papel dos Exames Laboratoriais
Em meio às diversas engrenagens que compõem o corpo humano, o fígado é, sem dúvida, uma das peças mais fundamentais para a manutenção da vida. Este órgão multifuncional atua em processos metabólicos, na desintoxicação do organismo, no armazenamento de nutrientes e na produção de substâncias essenciais para o equilíbrio corporal. Embora nem sempre receba a devida atenção, sua importância é inegável — especialmente em tempos de hábitos alimentares irregulares e exposição frequente a substâncias prejudiciais, como o álcool.
O que é o fígado e por que ele é tão importante?
Localizado no quadrante superior direito do abdômen, o fígado é o maior órgão sólido do corpo humano, pesando entre 1,2 a 1,5 kg em um adulto saudável. Ele desempenha mais de 500 funções vitais para o corpo. Entre as mais relevantes estão a metabolização de nutrientes absorvidos pelo intestino, a produção da bile (essencial para digestão de gorduras), a síntese de proteínas plasmáticas e a eliminação de toxinas por meio de processos de biotransformação.
Além disso, o fígado atua como um grande reservatório de glicose, armazenada na forma de glicogênio e liberada conforme a necessidade energética do organismo. Também é responsável pela ativação de algumas vitaminas, como a vitamina D, e pelo armazenamento de outras, como a vitamina A, E, K e do complexo B. Esse conjunto de funções ilustra por que esse órgão é tão essencial para a saúde e o equilíbrio do corpo humano.
O impacto dos maus hábitos sobre o fígado
Durante festas e datas comemorativas, é comum o aumento do consumo de álcool e alimentos gordurosos. Embora esses momentos sejam importantes para o convívio social, o excesso pode representar um risco significativo para a saúde do fígado. A ingestão abusiva de álcool, por exemplo, está diretamente associada ao desenvolvimento de hepatite alcoólica e, em casos mais graves, à cirrose hepática, uma condição crônica e progressiva caracterizada por cicatrizes que comprometem a função hepática.
Outro problema comum é a esteatose hepática, também conhecida como fígado gorduroso. Essa condição pode ser causada tanto por fatores metabólicos, como obesidade e resistência à insulina, quanto por ingestão de álcool. Se não for diagnosticada e tratada a tempo, pode evoluir para esteato-hepatite não alcoólica (EHNA) e, posteriormente, para cirrose ou até carcinoma hepatocelular, uma forma agressiva de câncer de fígado.
Doenças hepáticas mais comuns
Entre as doenças que afetam o fígado, destacam-se:
Hepatites virais (A, B, C, D e E): causadas por diferentes tipos de vírus, essas infecções atacam diretamente as células do fígado, podendo evoluir para quadros agudos ou crônicos. A hepatite C, por exemplo, é silenciosa e frequentemente descoberta em estágios avançados, sendo uma das principais causas de transplantes hepáticos.
Cirrose hepática: caracterizada pela substituição do tecido hepático por tecido fibroso, reduzindo progressivamente a função do órgão. Pode ser causada por hepatites, abuso de álcool ou esteatose avançada.
Câncer hepático: geralmente secundário a outras doenças crônicas do fígado, como hepatite B e cirrose. O diagnóstico precoce é essencial para o sucesso do tratamento.
Doença hepática autoimune: ocorre quando o sistema imunológico ataca as células do fígado, levando à inflamação crônica. O tratamento geralmente inclui imunossupressores.
A detecção precoce dessas condições é crucial para evitar complicações sérias, e é nesse contexto que os exames laboratoriais se tornam aliados indispensáveis.
O papel dos exames laboratoriais na avaliação da função hepática
Os exames de sangue realizados em laboratório de análises clínicas são essenciais para avaliar a função do fígado e identificar alterações precoces. Os principais exames incluem:
ALT (alanina aminotransferase): enzima hepática que, quando em níveis elevados, pode indicar lesão no fígado.
AST (aspartato aminotransferase): também relacionada a danos hepáticos, mas menos específica, já que é encontrada em outros tecidos.
Fosfatase alcalina: pode indicar obstrução das vias biliares ou doenças ósseas.
Gama-GT (gama-glutamiltransferase): enzima aumentada em doenças hepáticas e no consumo excessivo de álcool.
Bilirrubina total e frações (direta e indireta): sua elevação pode resultar em icterícia e indicar falha na metabolização da bile.
Albumina e tempo de protrombina: refletem a capacidade do fígado de sintetizar proteínas importantes para a coagulação e regulação do volume sanguíneo.
Esses exames laboratoriais são solicitados com frequência por profissionais da área de biomedicina e medicina, sendo fundamentais para o diagnóstico e acompanhamento de patologias hepáticas.
Quando é necessário jejum para exames do fígado?
Muitos pacientes têm dúvidas sobre a necessidade de jejum para exames que avaliam o fígado. De maneira geral, recomenda-se um jejum de 8 horas para exames como ALT, AST e bilirrubinas. Isso porque a alimentação pode interferir nos níveis das enzimas hepáticas e comprometer a acurácia dos resultados.
No entanto, é sempre importante seguir as orientações do laboratório onde será feita a coleta. Além disso, o consumo de álcool deve ser evitado por pelo menos 72 horas antes da realização dos exames, pois ele pode alterar significativamente os resultados, mascarando ou exacerbando alterações.
A importância do acompanhamento médico e da prevenção
O acompanhamento regular com um profissional de saúde é fundamental para garantir que eventuais alterações hepáticas sejam identificadas a tempo. A realização periódica de exames laboratoriais faz parte do check-up de rotina e pode salvar vidas. Além disso, hábitos como:
Alimentação rica em frutas, legumes e alimentos com baixo teor de gordura;
Prática regular de atividades físicas;
Evitar bebidas alcoólicas em excesso;
Vacinação contra hepatite A e B;
Controle de doenças como diabetes e dislipidemia;
... são medidas essenciais para manter o fígado saudável.
O papel da biomedicina e das análises clínicas
A biomedicina desempenha um papel cada vez mais estratégico na promoção da saúde pública, especialmente na prevenção e diagnóstico precoce de doenças hepáticas. Os profissionais biomédicos atuam diretamente em laboratórios de análises clínicas, assegurando a precisão dos exames e contribuindo para decisões médicas fundamentadas. A qualidade na coleta, análise e interpretação dos resultados laboratoriais é crucial para garantir diagnósticos eficazes e tratamentos assertivos.
Considerações finais
Cuidar do fígado é um ato de autocuidado e responsabilidade com a própria saúde. Esse órgão vital, muitas vezes negligenciado, pode ser afetado silenciosamente por hábitos cotidianos. A realização regular de exames laboratoriais, associada a hábitos saudáveis e ao acompanhamento profissional, são as melhores estratégias para preservar a saúde hepática e garantir qualidade de vida.
Referências
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