Velocidade de Hemossedimentação (VHS): Entenda o Exame, Valores e Quando se Preocupar
O exame de VHS é um dos principais marcadores inflamatórios usados na medicina. Descubra o que é a Velocidade de Hemossedimentação, para que serve, quando é indicada e o que significa um resultado alterado.
IMUNOLOGIAHEMATOLOGIA
Ariéu Azevedo Moraes
4/9/20254 min ler


Velocidade de Hemossedimentação (VHS): O Que é, Para Que Serve e Quando se Preocupar?
Imagine estar com sintomas como febre persistente, dores articulares ou mal-estar generalizado e, ao procurar um médico, ele solicita um exame chamado Velocidade de Hemossedimentação (VHS). Você já ouviu falar? Embora muitas pessoas desconheçam esse exame, ele é um dos marcadores inflamatórios mais antigos e amplamente utilizados na medicina. Mas afinal, o que a VHS realmente revela sobre nossa saúde?
Neste artigo, vamos explicar de forma clara e acessível o que é a VHS, para que serve, quando deve ser realizada, seus valores de referência e sua importância dentro da rotina de exames laboratoriais, especialmente na área de análises clínicas e biomedicina.
O Que é a Velocidade de Hemossedimentação (VHS)?
A VHS, também conhecida como taxa de sedimentação de eritrócitos, é um exame laboratorial que mede a velocidade com que as hemácias (glóbulos vermelhos) sedimentam (ou descem) em um tubo de ensaio ao longo de uma hora. Quanto mais rápido esse processo ocorre, maior a possibilidade de haver uma inflamação no organismo.
Essa velocidade é influenciada pela presença de proteínas no sangue que se elevam durante processos inflamatórios, como o fibrinogênio. Quando há inflamação, essas proteínas fazem com que as hemácias se agrupem e sedimentem mais rapidamente.
Para Que Serve o Exame de VHS?
Apesar de não ser específico para nenhuma doença, o exame de VHS é uma ferramenta valiosa para detectar a presença de inflamação no corpo. Ele é geralmente solicitado em conjunto com outros exames laboratoriais, como Proteína C Reativa (PCR) e hemograma, para uma avaliação mais completa.
Principais finalidades da VHS:
Avaliar processos inflamatórios agudos ou crônicos
Monitorar a evolução de doenças autoimunes, como lúpus eritematoso sistêmico e artrite reumatoide
Detectar infecções de origem desconhecida
Acompanhar a resposta ao tratamento
Investigar sintomas sem causa aparente, como febre prolongada
Quais Doenças Podem Elevar a VHS?
Diversas condições podem resultar em aumento da VHS, incluindo:
Doenças autoimunes: como lúpus, artrite reumatoide, vasculites
Infecções: bacterianas, virais ou fúngicas
Cânceres: especialmente linfomas e mielomas múltiplos
Doenças inflamatórias intestinais: como Doença de Crohn e retocolite ulcerativa
Tuberculose e outras infecções crônicas
Distúrbios renais e hepáticos crônicos
É importante destacar que a VHS não faz diagnóstico, mas alerta o médico para a necessidade de investigação mais aprofundada.
Como é Feito o Exame de VHS?
O exame é simples: é colhida uma amostra de sangue venoso, normalmente do braço, e colocada em um tubo vertical contendo anticoagulante. Em seguida, o tubo é deixado em repouso por uma hora, e o nível em milímetros que os glóbulos vermelhos sedimentaram nesse tempo é registrado como o valor da VHS.
Existem dois métodos principais:
Método de Westergren (mais utilizado e recomendado)
Método de Wintrobe (menos sensível)
O método de Westergren é o mais aceito mundialmente por apresentar maior sensibilidade e padronização internacional.
Valores de Referência da VHS
Os valores de referência podem variar de acordo com o sexo, idade e método utilizado, mas geralmente são os seguintes:
Faixa Etária/Sexo Valor Normal (mm/h) Homens < 50 anos até 15 mm/h Homens > 50 anos até 20 mm/h Mulheres < 50 anos até 20 mm/h Mulheres > 50 anos até 30 mm/h Crianças até 10 mm/h
Valores elevados sugerem um processo inflamatório, mas não indicam necessariamente uma doença grave.
Fatores que Podem Alterar a VHS
Além das doenças, outros fatores também podem influenciar o resultado da VHS, como:
Gravidez
Menstruação
Anemia
Obesidade
Uso de medicamentos (como contraceptivos ou corticoides)
Idade avançada
Por isso, é essencial que o resultado seja interpretado pelo médico dentro do contexto clínico do paciente.
Diferenças Entre VHS e PCR
Ambos são marcadores inflamatórios, mas apresentam algumas diferenças importantes:
Característica VHS PCR Sensibilidade Menor Maior Velocidade de resposta Lenta (dias) Rápida (horas) Especificidade Menor Maior Influenciado por outros fatores Sim Pouco
A PCR é mais precisa e rápida, mas a VHS continua sendo útil, especialmente no acompanhamento de doenças crônicas inflamatórias.
Quando se Preocupar com a VHS Alta?
Embora a VHS elevada não signifique automaticamente uma doença grave, ela não deve ser ignorada, especialmente quando:
Está persistentemente elevada
Aparece junto com sintomas clínicos (febre, dores, cansaço)
Há histórico familiar de doenças autoimunes ou inflamatórias
Está associada a alterações em outros exames, como PCR ou hemograma
Nestes casos, o médico pode solicitar exames complementares, como radiografias, tomografias, ressonância magnética ou biópsias, para identificar a causa.
A VHS na Prática Clínica
A VHS é especialmente útil para:
Acompanhamento da artrite reumatoide: valores altos indicam atividade inflamatória
Monitoramento da tuberculose: a redução da VHS pode indicar resposta ao tratamento
Investigação de febres de origem obscura
Avaliação de sintomas inespecíficos em idosos, como perda de peso e fraqueza
Embora tenha limitações, o baixo custo, a simplicidade e a longa história de uso fazem da VHS um exame ainda muito relevante na medicina moderna.
Considerações Finais
A Velocidade de Hemossedimentação (VHS) é um exame clássico e valioso no contexto da medicina laboratorial. Embora não seja específico, seu papel como marcador de inflamação sistêmica é amplamente reconhecido. Sua combinação com outros exames, como a Proteína C Reativa (PCR) e o hemograma, amplia significativamente sua utilidade diagnóstica.
Se o seu médico solicitou esse exame, saiba que ele está buscando pistas importantes sobre sua saúde geral. A interpretação dos resultados deve sempre ser feita por um profissional, considerando sintomas, histórico clínico e outros exames complementares.
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