TDAH, ontem, hoje e amanhã...
Olá! Tudo bem por aí? Hoje vamos conversar sobre um assunto superimportante que afeta muitas pessoas, inclusive crianças: o TDAH.
ATUALIDADES
Ariéu Azevedo Moraes
2/25/20255 min ler
TDAH: O que é, quais os sintomas e como lidar com o Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade
Imagine viver com o cérebro acelerado o tempo todo. Como se fosse impossível manter o foco por muito tempo, difícil lembrar compromissos, complicado seguir uma rotina. Para muitas pessoas, isso não é só uma fase ou distração. Isso pode ser TDAH — o Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade.
Esse transtorno neurobiológico afeta crianças, adolescentes e adultos, e pode impactar profundamente diversas áreas da vida, como a escola, o trabalho, os relacionamentos e a saúde mental. Mas a boa notícia é que o TDAH tem tratamento, e com o acompanhamento adequado é possível ter qualidade de vida, bem-estar e sucesso pessoal e profissional.
Neste artigo, vamos explorar o que é o TDAH, seus principais sintomas, como é feito o diagnóstico, quais são as opções de tratamento e estratégias práticas para lidar com os desafios do dia a dia. Tudo com base em informações científicas atualizadas e em uma linguagem acessível.
O que é TDAH?
O Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) é uma condição de base neurobiológica que afeta as funções executivas do cérebro, como atenção, autocontrole, organização e memória operacional. Ou seja, o cérebro de quem tem TDAH funciona de forma diferente quando se trata de manter o foco, controlar impulsos e regular comportamentos.
Embora os sintomas geralmente apareçam na infância, o TDAH pode persistir na vida adulta. Estima-se que entre 3% a 5% das crianças em idade escolar apresentem o transtorno, e cerca de 50% dos casos continuam com manifestações clínicas na fase adulta, segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).
Principais sintomas do TDAH
Os sintomas do TDAH variam de pessoa para pessoa, mas geralmente se agrupam em três grandes áreas:
1. Desatenção
Dificuldade para manter a atenção em tarefas ou atividades;
Esquecimento frequente de compromissos;
Dificuldade para seguir instruções ou finalizar tarefas;
Tendência a perder objetos importantes;
Distração com estímulos externos ou pensamentos aleatórios.
2. Hiperatividade
Inquietação constante (mexer mãos, pés ou se remexer na cadeira);
Falar em excesso;
Sensação de estar "ligado no 220" o tempo todo;
Dificuldade para permanecer sentado;
Agitação física em momentos inapropriados.
3. Impulsividade
Interromper conversas;
Dificuldade em esperar a vez;
Tomada de decisões precipitadas sem pensar nas consequências.
Esses comportamentos devem ser persistentes, ocorrer em mais de um ambiente (como em casa e na escola ou trabalho) e causar prejuízos significativos no funcionamento do indivíduo.
TDAH é só coisa de criança?
Esse é um dos mitos mais comuns. O TDAH é mais frequentemente identificado na infância, mas não desaparece com o tempo. Em muitos casos, os sintomas continuam na vida adulta, embora possam se manifestar de forma diferente.
Enquanto crianças com TDAH tendem a ser mais agitadas fisicamente, adultos com o transtorno podem apresentar inquietação interna, dificuldade para gerenciar o tempo, problemas de organização, impulsividade nas finanças ou relacionamentos conturbados.
Causas e fatores de risco
As causas do TDAH ainda estão sendo estudadas, mas sabe-se que há uma forte influência genética. Ou seja, se alguém na família tem TDAH, existe uma maior probabilidade de outro membro também apresentar o transtorno.
Outros fatores de risco incluem:
Exposição a álcool, nicotina ou drogas durante a gestação;
Parto prematuro ou baixo peso ao nascer;
Complicações perinatais;
Ambientes com altos níveis de estresse ou negligência.
Fontes como o Ministério da Saúde apontam que fatores ambientais podem interagir com predisposições genéticas, contribuindo para o desenvolvimento do transtorno (BVSMS).
Como é feito o diagnóstico do TDAH?
Não existe um exame laboratorial ou de imagem que confirme o TDAH. O diagnóstico é clínico e deve ser realizado por profissionais da saúde qualificados, como médicos psiquiatras, neurologistas ou psicólogos.
A avaliação inclui:
Entrevistas clínicas com o paciente e familiares;
Observações comportamentais;
Questionários padronizados;
Histórico médico e escolar;
Aplicação dos critérios do DSM-5, manual diagnóstico da Associação Americana de Psiquiatria.
Para garantir um diagnóstico preciso, é fundamental que os sintomas tenham surgido antes dos 12 anos e que estejam presentes em dois ou mais contextos diferentes (como casa e escola ou trabalho).
Você pode consultar mais detalhes técnicos no relatório da Conitec (Ministério da Saúde).
Qual é o tratamento para o TDAH?
O tratamento do TDAH é multimodal, ou seja, envolve várias abordagens que se complementam. A escolha do tratamento mais adequado depende da idade do paciente, da gravidade dos sintomas e das comorbidades associadas.
As principais estratégias incluem:
✔️ Psicoterapia
A terapia cognitivo-comportamental (TCC) é uma das mais indicadas. Ajuda a desenvolver habilidades para organização, foco, controle emocional e autoestima.
✔️ Medicamentos
Medicamentos psicoestimulantes, como o metilfenidato, são frequentemente prescritos. Eles atuam em neurotransmissores como a dopamina, melhorando a atenção e o autocontrole. É importante que o uso seja sempre feito com prescrição e acompanhamento médico.
✔️ Intervenções Educacionais
Adaptações no ambiente escolar e orientação para professores são essenciais para o bom desenvolvimento acadêmico de crianças e adolescentes com TDAH.
✔️ Mudanças no estilo de vida
A prática regular de atividades físicas, a alimentação equilibrada e a boa qualidade do sono ajudam a melhorar o foco e o bem-estar geral.
✔️ Treinamento parental
Para crianças, é fundamental que os pais aprendam a lidar com os desafios do TDAH, oferecendo suporte adequado e limites saudáveis.
Dicas práticas para lidar com o TDAH no dia a dia
Conviver com o TDAH pode ser desafiador, mas com algumas estratégias é possível contornar as dificuldades. Veja algumas dicas úteis:
Crie rotinas estruturadas com horários definidos para estudo, lazer e descanso;
Use listas de tarefas e aplicativos de organização;
Divida tarefas grandes em etapas menores;
Elimine distrações do ambiente (como celular ou TV durante o trabalho);
Faça pausas programadas entre tarefas;
Pratique exercícios físicos regularmente;
Invista em momentos de lazer e autocuidado.
É possível ser feliz com TDAH?
Com certeza! O TDAH não define quem você é. Com o tratamento adequado, apoio da família, ambiente escolar ou de trabalho ajustado e estratégias adaptativas, é possível ter uma vida feliz, produtiva e realizada.
Muitos adultos com TDAH relatam que, após o diagnóstico e início do tratamento, conseguiram melhorar significativamente seu rendimento no trabalho, suas relações pessoais e sua qualidade de vida.
Conclusão
O Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) é uma condição comum e tratável. Embora possa causar dificuldades, especialmente quando não é diagnosticado precocemente, o TDAH não impede ninguém de alcançar seus objetivos. O importante é buscar ajuda profissional, adotar estratégias eficazes e, acima de tudo, entender que viver com TDAH é possível — e pode ser transformador.
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