Diabetes: Causas, Complicações e Diagnóstico

Um diagnóstico rápido pode ajudar no tratamento e controle da doença.

BIOQUÍMICA

Ariéu Azevedo Moraes

1/13/20254 min ler

seringas e insulina, medicamento para diabetes
seringas e insulina, medicamento para diabetes

Entendendo a Diabetes: Sintomas, Diagnóstico e Tratamento com uma História Real de Superação

A diabetes é uma condição crônica que atinge milhões de pessoas no mundo todo. Ela é caracterizada por níveis elevados de glicose no sangue, devido à deficiência na produção ou na ação da insulina — hormônio responsável por permitir que a glicose entre nas células para ser usada como energia. Sem a insulina funcionando corretamente, a glicose se acumula no sangue, podendo causar sérias complicações com o passar do tempo.

A História de Dona Alzira

Dona Alzira, de 64 anos, moradora de Belo Horizonte, descobriu que tinha diabetes tipo 2 há pouco mais de cinco anos. Ela sempre levou uma vida relativamente ativa, mas gostava muito de doces e tinha um histórico familiar da doença — o pai e a irmã também eram diabéticos. "Comecei a sentir muita sede e ia ao banheiro toda hora. Achei que era coisa da idade, até que quase desmaiei um dia na rua. Fui ao médico, e veio o diagnóstico: diabetes tipo 2, com glicemia acima de 300 mg/dL", relembra.

O diagnóstico mudou sua vida. Dona Alzira precisou rever toda sua alimentação, começar a praticar caminhadas diariamente e aprender a controlar a glicemia. "No começo, foi difícil. Não entendia direito o que podia ou não comer, mas com o tempo fui aprendendo. Hoje, me sinto muito melhor, perdi peso e não vivo mais sem meu monitor de glicose", conta com orgulho.

Casos como o dela demonstram a importância do diagnóstico precoce da diabetes e da adoção de hábitos saudáveis para o controle da doença.

Tipos de Diabetes

Existem três tipos principais de diabetes:

  • Diabetes Tipo 1: Doença autoimune em que o sistema imunológico ataca as células beta do pâncreas, responsáveis pela produção de insulina. Costuma ser diagnosticada na infância ou adolescência e exige o uso diário de insulina.

  • Diabetes Tipo 2: A forma mais comum. Ocorre quando o corpo desenvolve resistência à insulina ou não a produz em quantidade suficiente. Pode ser prevenida e controlada com hábitos saudáveis e, em alguns casos, medicamentos.

  • Diabetes Gestacional: Desenvolve-se durante a gravidez e, geralmente, desaparece após o parto. No entanto, aumenta o risco da mulher desenvolver diabetes tipo 2 no futuro.

Sintomas da Diabetes

O reconhecimento dos sintomas da diabetes é crucial para o diagnóstico precoce e o início do tratamento adequado. Os sinais mais comuns incluem:

  • Sede excessiva

  • Urinação frequente

  • Fadiga

  • Visão embaçada

  • Perda de peso sem causa aparente

  • Infecções frequentes, especialmente na pele e trato urinário

Quando esses sintomas surgem, é importante procurar um médico e realizar os exames necessários.

Diagnóstico da Diabetes

O diagnóstico da diabetes pode ser feito por meio de exames laboratoriais que medem os níveis de glicose no sangue:

  • Glicemia em jejum: mede a quantidade de açúcar no sangue após pelo menos 8 horas de jejum. Valores a partir de 126 mg/dL indicam possível diabetes.

  • Teste de Tolerância à Glicose Oral (TOTG): após a ingestão de uma solução açucarada, mede-se a glicemia duas horas depois. Valores acima de 200 mg/dL confirmam o diagnóstico.

  • Hemoglobina Glicada (HbA1c): avalia a média dos níveis de glicose nos últimos 2 a 3 meses. Um resultado igual ou superior a 6,5% também é diagnóstico para diabetes.

Esses exames são fundamentais não só para identificar a doença, mas também para monitorar a eficácia do tratamento ao longo do tempo.

Fatores de Risco

Diversos fatores podem aumentar o risco de desenvolver diabetes tipo 2:

  • Histórico familiar de diabetes

  • Excesso de peso e obesidade

  • Sedentarismo

  • Alimentação rica em açúcares e gorduras

  • Hipertensão arterial

  • Dislipidemia (colesterol e triglicérides altos)

  • Síndrome dos ovários policísticos (em mulheres)

Vale destacar que, apesar de alguns fatores serem genéticos, muitos deles podem ser modificados com mudanças no estilo de vida.

Controle da Diabetes

Controlar a diabetes exige disciplina e comprometimento. O tratamento envolve:

  • Medicação: pode incluir insulina (no caso do tipo 1) ou antidiabéticos orais (no tipo 2)

  • Alimentação balanceada: rica em vegetais, grãos integrais, fibras, proteínas magras e com baixo teor de açúcar

  • Atividade física: ao menos 150 minutos por semana de exercícios moderados

  • Monitoramento da glicemia: diário ou conforme orientação médica

No caso de Dona Alzira, a combinação de caminhada diária, alimentação controlada e uso de medicamentos ajudou a manter a glicemia entre 100 e 130 mg/dL. "Aprendi que posso sim ter uma vida saudável mesmo com a diabetes. E olha que ainda como um pedacinho de doce de vez em quando!", brinca.

Complicações Possíveis

O descontrole da diabetes pode levar a várias complicações de saúde:

  • Doença cardiovascular (infarto, AVC)

  • Retinopatia diabética (problemas na visão)

  • Nefropatia diabética (doença renal)

  • Neuropatia (lesões nos nervos)

  • Pé diabético (úlceras e risco de amputação)

Por isso, o controle rigoroso da glicose é essencial para evitar danos ao organismo.

Prevenção da Diabetes Tipo 2

A boa notícia é que a diabetes tipo 2 pode ser prevenida em grande parte dos casos com medidas simples:

  • Manter o peso corporal adequado

  • Praticar atividades físicas regularmente

  • Ter uma alimentação equilibrada

  • Reduzir o consumo de açúcar e gordura saturada

  • Controlar a pressão arterial e o colesterol

Essas ações são eficazes tanto na prevenção quanto no controle da doença para quem já foi diagnosticado.

Convivendo com a Diabetes

Receber o diagnóstico de diabetes pode ser assustador no início, mas é totalmente possível ter uma vida saudável com a doença. O mais importante é adotar uma rotina de cuidados e estar sempre em contato com profissionais de saúde.

Grupos de apoio e educação em diabetes também são excelentes aliados. Eles ajudam o paciente a entender melhor a doença e compartilhar experiências, como no caso de Dona Alzira, que hoje participa de encontros mensais no posto de saúde do bairro e inspira outras pessoas com sua história de superação.

Referências:

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