Março Lilás: Vamos falar sobre o Câncer de Colo do Útero!
O mês de março é dedicado à conscientização sobre o câncer de colo do útero, uma doença que, apesar de grave, pode ser prevenida e tratada com sucesso quando detectada precocemente.
CAMPANHA DE CORESHEMATOLOGIA
Ariéu Azevedo Moraes
3/2/20255 min ler
Câncer de Colo do Útero: Sintomas, Diagnóstico, Tratamento e Prevenção
O câncer de colo do útero é um dos tumores mais preveníveis da atualidade, mas ainda representa uma ameaça à vida de milhares de mulheres, especialmente em países em desenvolvimento. A boa notícia é que, com informação, prevenção e exames periódicos, é possível identificar precocemente e evitar a progressão da doença.
Neste artigo, você vai entender o que é o câncer de colo do útero, quais são os sintomas, como funciona o diagnóstico, quais os tratamentos disponíveis e o que você pode fazer para se proteger. Também vamos falar sobre a importância do Março Lilás, a campanha de conscientização dedicada à saúde feminina.
O que é o câncer de colo do útero?
O câncer de colo do útero é uma doença que se desenvolve nas células do colo do útero, a parte inferior do útero que se conecta à vagina. Sua principal causa é a infecção persistente pelo vírus HPV (Papilomavírus Humano) — um vírus extremamente comum e sexualmente transmissível.
Nem todas as infecções por HPV causam câncer, mas os tipos de alto risco (como o HPV 16 e 18) são responsáveis por cerca de 99% dos casos de câncer do colo uterino, segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS).
Sinais e sintomas
Nos estágios iniciais, o câncer de colo do útero geralmente é silencioso, ou seja, não apresenta sintomas. Isso reforça a importância dos exames preventivos regulares.
À medida que a doença avança, podem surgir sinais como:
Sangramento vaginal anormal (fora do período menstrual ou após a relação sexual);
Corrimento vaginal persistente, com odor forte ou coloração anormal;
Dor pélvica frequente;
Dor durante as relações sexuais.
Esses sintomas também podem estar relacionados a outras condições ginecológicas, por isso é fundamental procurar atendimento médico para avaliação adequada.
Diagnóstico: o papel das análises clínicas e da biomedicina
O diagnóstico precoce é fundamental para o sucesso do tratamento e para aumentar as chances de cura. Os exames laboratoriais e de imagem têm papel central nesse processo, e a atuação dos profissionais de biomedicina é essencial na coleta, análise e interpretação dos resultados.
Exame Papanicolau
Também conhecido como citologia oncótica, é um exame simples, rápido e indolor que coleta células do colo do útero para análise microscópica. Permite identificar alterações celulares que podem indicar risco de evolução para câncer.
Teste de HPV
Identifica a presença de DNA do HPV nos tecidos do colo do útero. É indicado principalmente para mulheres acima dos 30 anos, como complemento ao Papanicolau.
Colposcopia
Permite a visualização detalhada do colo do útero por meio de um colposcópio, um tipo de microscópio especial. Quando necessário, pode ser realizada biópsia durante o exame.
Biópsia
É o exame definitivo para confirmação do câncer. Consiste na coleta de uma pequena amostra do tecido suspeito, que será analisada no laboratório de análises clínicas.
Estágios da doença
O câncer de colo do útero é classificado em diferentes estágios, conforme o grau de invasão das células cancerosas:
Estágio 0: conhecido como carcinoma in situ, ainda não invadiu tecidos profundos.
Estágio I a IV: varia de tumores localizados até a disseminação para órgãos distantes (metástase).
O estágio da doença influencia diretamente o tipo de tratamento e o prognóstico.
Tratamentos disponíveis
O tratamento depende do estágio da doença, da idade da paciente, do desejo de engravidar no futuro e das condições clínicas gerais. As principais opções incluem:
Cirurgia
Indicada principalmente nos estágios iniciais. Pode variar desde a remoção localizada de lesões até a histerectomia (remoção total do útero).
Radioterapia
Usada isoladamente ou combinada com outros tratamentos. Utiliza radiação para destruir células cancerosas e reduzir tumores.
Quimioterapia
Utiliza medicamentos que agem em todo o corpo, especialmente útil em casos avançados ou quando o câncer se espalhou.
Terapias combinadas
Muitas vezes, o tratamento envolve a combinação de cirurgia, radioterapia e quimioterapia para aumentar a eficácia.
Prevenção: sua melhor aliada
A prevenção é, sem dúvida, a forma mais eficaz de reduzir os índices de mortalidade por câncer de colo do útero. As principais estratégias são:
Vacinação contra o HPV
Disponível gratuitamente no SUS para meninas e meninos de 9 a 14 anos, a vacina quadrivalente protege contra os tipos mais perigosos do HPV. Também é indicada para pessoas imunossuprimidas até 45 anos.
Uso de preservativo
Embora o HPV possa ser transmitido mesmo com o uso de preservativos, eles reduzem significativamente o risco de infecções sexualmente transmissíveis.
Exames de rotina
Fazer o Papanicolau a cada 3 anos, após dois exames anuais consecutivos normais, é a recomendação para mulheres entre 25 e 64 anos. O rastreamento permite detectar lesões antes que se tornem câncer.
Incidência e estatísticas
Segundo o INCA, o câncer de colo do útero é o terceiro tipo de câncer mais frequente entre as mulheres no Brasil, perdendo apenas para o câncer de mama e o colorretal.
A infecção pelo HPV está presente em cerca de 99% dos casos.
A vacinação e o rastreamento regular podem prevenir até 90% dos casos.
A maior incidência ocorre em mulheres entre 35 e 44 anos.
Esses dados reforçam a importância da educação em saúde, do acesso aos serviços preventivos e da redução das desigualdades no atendimento médico.
Março Lilás: mês da conscientização
O Março Lilás é uma campanha nacional voltada à conscientização sobre o câncer de colo do útero. Durante esse mês, são promovidas ações educativas, mutirões de exames, rodas de conversa e divulgação de informações para a população.
A campanha tem como objetivo:
Estimular a vacinação contra o HPV;
Incentivar a realização dos exames preventivos;
Reduzir o estigma sobre o câncer e promover o autocuidado.
Mais do que um alerta, o Março Lilás é um convite à reflexão e ação coletiva para proteger a saúde da mulher.
Considerações finais
O câncer de colo do útero é uma doença evitável, tratável e curável quando diagnosticada precocemente. A biomedicina e as análises clínicas oferecem recursos essenciais para o diagnóstico e o acompanhamento da doença, enquanto campanhas como o Março Lilás cumprem um papel fundamental na mobilização social.
Cuide-se, converse com seu ginecologista, mantenha seus exames em dia e incentive outras mulheres a fazerem o mesmo. A informação salva vidas, e você pode ser uma agente de mudança na luta contra o câncer de colo do útero.
Referências
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